Escolhas

por Tati Souza

Escolhas, ai ai, escolhas. Escolhas geralmente são bichos de 7, 14, 21 cabeças. Isso ou aquilo? Esse ou essa? Agora ou depois? Você ou eu? Pois é, cada decisão tomada pode mudar o rumo de uma vida inteira e que dor pensar: “putz, eu não devia ter feito isso!” É horrível saber que você tinha dois caminhos e escolheu o pior deles. Mas acontece.

É ruim também quando você sabe que fez sim a melhor escolha, mas nada parece mudar. O importante, na minha visão, é ter alguma “certeza” de que agiu desse ou daquele jeito porque seu coração, mesmo não tendo cérebro, pediu. As mudanças sempre vêm, mesmo as mais demoradas. O que mata é a ansiedade e o medo, pois, geralmente, quando algo não acontece instantaneamente, parece que não valeu a pena.

Eu escolhi tantas coisas ultimamente... E que escolhas difíceis, doídas, sofridas... escolhas que ainda não sei se foram as melhores, mas quando a razão e a emoção se unem e mostram um caminho, não há porquê não acatar. Mudar dói e vez em quando pode mudar sua vida e de outras pessoas. No entanto, não adianta escolher a felicidade de alguém e deixar a sua para trás. E o caminho da felicidade tem muitos obstáculos. Esteja disposto, dispa-se de posse ou qualquer sentimento egoísta (por mais difícil que seja). Viva e deixe viver, mesmo que para isso, o sofrimento (passageiro) seja uma das escolhas principais.

Santo? Eu?


por Tati Souza

Todo mundo já ouviu a expressão: “de santo ele(a) não tem nada”, inclusive eu. E ninguém é santo mesmo, só não vê quem não quer. Todo mundo tem aquele diabinho e o anjinho ao pé da orelha, falando, induzindo pensamentos e ajudando a tomar decisões. E pra mim, pior que sempre seguir os conselhos do diabinho, é fingir que ele não está ali. Enganar aos outros é mamão com açúcar, mas enganar a si mesmo é difícil.

Por muitas vezes eu coloquei pessoas em altares, como se fossem anjos, semi-deuses e semi-deusas. Hoje, olho para trás e vejo que essa concepção de perfeição é pura, pura ilusão! E ninguém tem que ser Deus mesmo, afinal, que mundo sem graça viveríamos se todos fossem bonzinhos, compreensivos e perfeitos? Eu acredito que todos devem agir de acordo com sua consciência, se ela estiver tranquila está ótimo! Ainda tem mais: acreditem ou não, muitas vezes quem tem o melhor conselho para dar é o tal do diabinho.

Colocar qualquer pessoa, mesmo sua avó, em um altar e acreditar que é obrigação dela ser santa e carregar uma auréola iluminada em cima da cabeça é mais que burrice: é egoísmo. Todo mundo tem direito de tirar uma casquinha de todos os lados da vida, todo mundo tem o direito de errar, aliás, tem obrigação de errar e aprender com isso. Feio mesmo é não assumir o que é, viver em um mundo de faz de conta de bondade, não assumir que não é um exemplo de pessoa...

Faça merda, mas aguente as consequências. Ria, chore, pule, viva, acerte, erre e não tenha medo de não ser perfeito, ninguém é e a graça é exatamente essa.

Pressa...


por Tati Souza

"Não reclama da minha pressa. Tenho pressa mesmo, corro contra o tempo. Cada dia mais rápido. Quero mais trabalho, mais sorriso, mais amor, mais carinho, mais VIDA. Quero mais felicidade porque toda do mundo ainda é pouca. Quero mais, muito mais, cada dia mais. Estou com pressa e estou feliz. O tempo não para, nem eu!"

TESTE PARA ATORES-CANTORES-MÚSICOS

PRECISAMOS DE ATORES E ATRIZES PARA COMPOR O ELENCO DA PEÇA INFANTO-JUVENIL “NOEL O MENINO DA VILA”, QUE CANTEM E TOQUEM VIOLÃO OU CAVAQUINHO OU FLAUTA OU PANDEIRO.

É IMPORTANTE QUE CANTEM SAMBA. AS MÚSICAS SERÃO DA OBRA DO COMPOSITOR NOEL ROSA.

A CONVOCAÇÃO PARA TESTE É PARA ATORES ENTRE 18 A 30 ANOS.

Haverá um violão no local. Mas flauta, pandeiro e cavaquinho, cada um deverá levar o seu.


TESTE:

1 - Tocar e cantar uma música de Noel Rosa (o candidato deverá trazer uma música pronta).

2 - Criar cenas a partir de um tema

3 – Interpretar uma cena, com um trecho de texto da peça.


(cada candidato receberá no local, com uma pequena antecedência, o tema para improvisação e um texto para apresentar no momento do seu teste).


LOCAL: Auditório da Rádio Nacional

Praça Mauá, 7 - 21º andar. Centro

DATA: TERÇA, DIA 07/12/2010

HORA: de 17 às 20h

TELEFONE PARA CONTATO: 8893-3208.

Vontade

por Tati Souza

Deu vontade. Às vezes dá. É uma vontade tão forte, tão intensa, como se fosse um grito entalado na garganta sem voz para sair. Aí é fácil: é só começar a escrever e tudo vai fluindo bem rápido, as emoções ganham palavras (quando possível) e o alívio é instantâneo, quase a satisfação de uma droga bem pesada.

Não é raro o meu coração bater forte, em um ritmo tão acelerado que até a respiração se confunde. E sentir isso agora, teoricamente, não teria um motivo plausível, mas conhecendo a Tatiana que sou, tenho certeza de que tudo se encaixa, mesmo sem fazer o menor sentido.

Eu tenho medo, mas por que ter medo de uma coisa se essa coisa nem é concreta? É complicado e até engraçado de explicar, mas sinto um medo constante de perder algumas “coisas” que ainda nem tenho. Coisas que eu nem sei se vou ter, mas já considero, digamos assim, 10% minhas (não sei se 10 é um número bom, mas em matemática sempre preferi usar exemplos fáceis).

Falar de coisas minhas é difícil (eu sou difícil!), mas sempre espero que através das palavras eu possa acalmar ou aliviar alguém que sinta o mesmo. O caso é que dessa vez nem eu mesma consigo organizar as palavras, pois talvez não entenda perfeitamente o lead dessa novela. As perguntas básicas: o que, quem, quando, onde, como, e, principalmente, por que, não foram completamente apuradas.

Existem encontros, situações, pessoas e/ou momentos que se envolvem/desenvolvem tão rápido, basta piscar os olhos para ver que um capítulo inteiro já foi escrito e o pior: você leu, quase chegou ao fim e nem percebeu! O mais estranho é que quanto mais você deseja chegar ao final para ver se deu tudo certo, quanto mais perto você chega das últimas frases, menos você quer chegar, pois a curiosidade, a angústia de descobrir o que vai ser acaba atropelando o temperinho do destino.

O tal do destino, esse sim é foda. Ele escreve mil “the ends” para cada caso; mil possibilidades de dar tudo certo, mil possibilidades de dar tudo errado, mil possibilidades de sorrir, mil possibilidades de chorar... mil possibilidades para viver.

A vontade de escrever passou.
Boa noite.

Eleição presidencial vira vale tudo

por Rodrigo Melo
Com discursos fracos, candidatos ficam perdidos e apelam

A poucos dias da segunda etapa das eleições presidenciais, paira a dúvida de quem vai ser o novo governante do país, mas fica a certeza de uma campanha eleitoral decepcionante para a população. Os dois candidatos, que postulam a vaga deixada pelo caristimático Lula, apelam de todas as maneiras para a baixaria e discurso raso. Utilizam de religião, convenções sociais, acusações mútuas e jogam sujo para conseguirem, nem que seja, meia dúzia de votinhos. Com presidenciáveis do naipe de José Serra e Dilma Rousseff, Marina Silva, do Partido Verde, conseguiu se manter no centro das atenções mesmo após a terceira posição no primeiro turno. Será que isso demonstra a falta de força do tucano e da petista?



Todas as polêmicas que vêm marcando este segundo round da corrida presidencial podiam ser percebidas já no primeiro turno das eleições. Nos debates de televisão e web, o destaque sempre ficava para os candidatos coadjuvantes como Marina Silva e Plínio de Arruda. A primeira por sua contundência e resposta firme e o segundo por suas indagações irônicas e provocativas. O que marcou, entretanto, a trajetória de ambos foi a preocupação de entender e, principalmente, saber se comunicar com o povo. O uso da Internet, por exemplo, foi o ponto alto para os dois. Isso porque, souberam usar as mídias sociais em seu favor, com a intenção de interagir e não apenas jogar propostas e brincar de Twitter e Facebook. A troca com os internautas, praticamente, inexistiu na Campanha de Dilma e Serra.

Outro ponto que precisa ser levantado diz respeito às bandeiras levantadas pelos principais concorrentes. Enquanto Dilma se agarrava em Lula, pregava a continuidade e sem inovar, Serra estava mais perdido que cego em tiroteio. Seu desepero era tamanho que usava o atual presidente no horário político e propôs ser chamado de Zé para ficar mais parecido com a imagem de Luis Inácio. Depois disso, ninguém ficaria espantado se ele aparecesse com um dedo a menos no segundo turno; mas isso não aconteceu graças a Deus. Ainda na primeira etapa houve escândalos com a fillha do tucano, o caso Erenice e seu filho, entre outros, para dar um gostinho do que ainda estava por vir.

Com o fim do primeiro turno, Marina surpreendeu e fez todo o sucesso acompanhado por todos. Virou alvo de disputa dos dois primeiros colocados "somente" por causa de quase 20 milhões de votos. Com a neutralidade da candidata verde, sobraram socos e pontapés para todos os lados. De um lado era um tentando angariar votos com a Igreja Católica, Evangélica e, se possível, até mesmo no espiritismo após os sucessos cinematográficos com a temática em 2010.

O aborto e sua discriminalização também foi outro tema recorrente nas últimas semanas. Quem quer ser presidente deveria discutir projetos de educação, meio ambiente, saúde, segurança, entre outros, até porque essa questão não é "problema" deles, ao contrário do que muitos pensam. As situações bizarras também estiveram presentes nestas campanhas. Após Serra ser atingido por uma bobina de adesivos, Dilma foi atingida por balões de água. Enquanto o primeiro acusa o PT, a outra acusa os manifestantes da PSDB. Parece piada, mas não é.

Por essas e outras que ambos não mostram menor força ou competência para chegarem ao cargo político mais alto de uma nação. Se nem mesmo campanha eles sabem fazer, como serão capazes de governar um país por quatro anos? Como os cidadãos vão fazer no dia 31 de outubro? Votar nulo e se omitir? Escolher o menos pior? Estas são perguntas difíceis de responder, pois se nem mesmo eles, que pretendem chegar à presidência da República, sabem responder indagações, porque a população deve saber as respostas? Até o último dia do mês, muita água vai rolar neste rio, que está mais para Tietê. Espero que as surpresas sejam positivas, pois pior que está, com certeza, pode ficar.


Não precisa ser ruim

por Tati Souza

Não precisa ser ruim: a frase que acompanhou todo o meu dia. Tem horas que a gente percebe o quanto a vida é boa, lembramos da frase mais verdadeira e clichê que conheço “a vida é curta, aproveite”; em outras percebemos como ela também pode ser dolorosa, bem dolorosa, aí a frase não parece mais tão eficaz. O que eu acho, com toda minha “experiência” devastadora de 22 anos, é que tudo faz sentido quando descobrimos que alguns sofrimentos são inevitáveis e outros opcionais. Tudo depende do ponto de vista.

Os meus pontos de vista parecem uma montanha russa. Altos e baixos. Mas eu sempre fui assim. Indecisa e decidida, triste e feliz, imatura e madura... tudo em um. Pacote completo que no passado me rendeu o título de complicada e perfeitinha. Hoje, o meu ponto de vista se resume a frase “não precisa ser ruim”. Na verdade, nada precisa ser ruim. Todos os problemas podem ser resolvidos de alguma forma, o difícil é encontrar a solução correta. Só para a morte não há remédio... ainda.

A vida é cheia de fases. Cheia de sentimentos. Amor, ódio, carinho, desejo, paixão, amizade, raiva, ciúme, medo, inveja... saudade. A saudade, na minha opinião, é o que mais incomoda. A saudade é chata, chata demais, mas é a certeza de que alguém ou alguma coisa valeu a pena. E pensando bem, isso também não precisa ser ruim, pode ser até gostosinho. Eu vivo rindo e chorando sozinha e é bem nessa hora que a saudade está com a mão na massa, remexendo, revirando, relembrando os momentos mais importantes.

Tem fase que é necessário pensar mais no outro. Tem fase que é necessário aprender a pensar em si próprio. Tem fase que tudo dá errado. Tem fase que tudo dá certo. Tem fase que é preciso ficar junto. Tem fase que é preciso ficar longe. Tem fase que não passa nunca e tem fase que passa mais rápido do que um piscar de olhos. Tem fase que faz crescer. Tem fase que faz chorar e tem fase que faz rir. Para enfrentar todas essas fases você só precisa estar vivo, pois a vida também é uma fase!

Não precisa ser ruim. Como demorei tanto para formular essa frase? Tão simples e tão representativa. Uma mudança não precisa ser ruim, ao contrário, pode ser boa e transformar, amadurecer, até mesmo unir. As coisas não são necessariamente o que parecem. Às vezes estamos mais perto longe. Às vezes você separa porque ama. Às vezes você chora porque está feliz. Às vezes você muda para voltar a ser o que era antes. Às vezes o tempo demora e a vida passa rápido demais. Às vezes, não precisa ser ruim.

A frase de domingo

por Tati Souza

"O amor é uma tortura inevitável. Sofra e seja feliz."

As cinzas do Carnaval

por Tati Souza


Carnaval é coisa boa! Coisa boa e não tem idade, sexo ou classe social. É a festa da liberdade (às vezes libertinagem!?), época em que todos se conhecem e não há espaço para o mau humor. E quando ele acaba, é hora de começar o ano e encarar a realidade, sem fantasias.

Para muitas pessoas, o que sobra da semana de festança é a dura e cruel ressaca. Aquela sensação de enjôo, cabeça pesada, sono e vontade de fazer nada. Então, a própria! Engraçado é ver como cada um encara o seu momento após a bebedeira. Uns não lembram de nada, outros fizeram coisas inapropriadas e no final das contas alguns dizem: “nunca mais eu bebo!” Quantas vezes eu mesma já reproduzi esta sentença... ai ai.

Hoje em dia, no auge da minha juventude, uso minhas ressacas para pensar. Assim foi nesse Carnaval. Entrei em momentos de pura nostalgia, diferente das que mergulho geralmente. Eu me peguei relembrando cenas da minha vida e coisas que deixei para trás. Surgiram dúvidas estranhas, perguntas sem sentido: “como seria se não tivesse sido como foi?” ou “o que aconteceria, quem eu seria, se tivesse tomado essa decisão ao invés daquela?”

Será que eu seria mais feliz? Não sei. São perguntas tão misteriosas quanto a morte, impossíveis de desvendar. Lembrei de tantos momentos, pessoas, amigos, amores... ao mesmo tempo em que olhos encheram-se de lágrimas, o coração apertou. Mas após alguns minutos ele começou a bater em um ritmo suave novamente, pois se as coisas não tivessem sido como foram, quantos outros momentos especiais eu teria deixado de viver?

Existem lembranças, saudades e outros sentimentos na vida de todas as pessoas e eles funcionam como elos. E é bom saber que alguns elos são indestrutíveis, assim como o Carnaval, a felicidade ou a tristeza. No ano que vem tem mais, muito mais, por isso “jogue as suas cinzas fora” e prepare-se para seguir o bloco da vida, afinal, esse não pode parar.

Não goste do amor

Goste de alguém que te ame,
Alguém que te espere,
Alguém que te compreenda mesmo nos momentos de loucura;
De alguém que te ajude,
Que te guie,
Que seja seu apoio,
Tua esperança, teu tudo.

Não goste do amor
Goste de alguém que não te traia,
Que seja fiel, que sonhe contigo,
Que só pense em você,
Que só pense no teu rosto,
Na tua delicadeza, no teu espírito.
E não no teu corpo, nem em teus bens.

Não goste do amor
Goste de alguém que te espere até o final,
De alguém que sofra junto contigo,
Que ria junto a ti,
Que enxugue suas lágrimas,
Que te abrigues quando necessário,
Que fique feliz com tuas alegrias
E que te dê forças depois de um fracasso.

Não goste do amor
Goste de alguém que volte pra conversar com você depois das brigas,
Depois do desencontro.
De alguém que caminhe junto a ti,
Que seja companheiro, que respeite tuas fantasias, tuas ilusões.

Goste de alguém que te ame.
Não goste apenas do amor.

Goste de alguém que sinta o mesmo sentimento por você!


(Luis Fernando Veríssimo)

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